No presente estudo, é descrito um relato de caso de dioctofimose em um cão comunitário (descrito como um cão em situação de rua mantido pela comunidade local) residente em um parque da cidade de Curitiba-PR, sob a perspectiva holística da Saúde Única, considerando os coletivos multiespécies que estão diretamente envolvidos e influenciados pela dinâmica desta perigosa zoonose. O trabalho aborda a importância do programa do cão comunitário da Rede de Proteção Animal, demonstrando claramente a função de barreira sanitária desses cães. Argumenta-se que apesar de ser uma zoonose praticamente cosmopolita, a dioctofimose tem importância significativa em regiões do mundo em desenvolvimento, incluindo a América Latina, devido às grandes populações de animais errantes e às desigualdades sociais comuns nesta porção do planeta. Políticas públicas que envolvam a sensibilização da população em geral sobre esta doença parasitária e seus riscos, bem como a coibição de ações que determinem riscos de infecção para humanos e animais de companhia são fundamentais para uma abordagem de Saúde Única com objetivo de prevenir esta zoonose.